quinta-feira, 30 de abril de 2009

Regras para ser um Bom Filho de Santo.

O BÊ-A-BÁ DO BOM FILHO DE SANTO

1- Não retrucar o pai-de-santo.

2- Não retrucar seus irmãos mais velhos e egbomis;

3- Caso tenha algo para falar que não esteja concordando, discretamente peça um minuto da atenção do pai de santo e exponha a situação civilizadamente, sem precisar que a torcida do Flamengo esteja assistindo. Dar um escândalo no meio do barracão não é postura de um filho de santo, e você ainda corre o risco de tomar um fora na frente de todo mundo.

4- Quando tiver visita no barracão (egbomis, ekedes, ogãs, zeladores), seja em dia de festa ou em dia corriqueiro, é de bom-tom que os filhos se abaixem para dirigir a palavra ao pai de santo.

Detalhe: Só atrapalhar a conversa caso seja EXTREMAMENTE necessário. Deve-se chegar junto à ele, mas não muito, e ficar abaixado esperando que ele pergunte o que deseja. Quando ele perguntar, comece sempre sua frase com “AGÔ”. “Agô, mas blá blá blá...”.

5- Nunca, jamais, em tempo ou hipótese alguma, seja no seu barracão ou no barracão do alheio, deve-se sentar na mesma altura que o seu pai de santo. Ele já passou por vários sacrifícios para estar sentado confortavelmente ali. Você ainda está no meio do caminho. Portanto, pra que querer sentar aonde você não alcança

6- iyawo não come de Garfo, Nem pensar! Colher. Somente ela. Garfo, só com 7 anos de santo feito, ou então sendo ekede, ogã, zelador...

8- Terminou seu ajeum? Pegue seu pratinho e sua canequinha, vá para cozinha e lave. Não cai a mão e nem coça, sabia? Infelizmente ainda não possuímos uma empregada que possa cuidar da limpeza geral enquanto nós descansamos.

9- Como dissemos no ítem anterior, não temos uma empregada para limpar tudo. Portanto, cada um deve se conscientizar e fazer a sua parte. Ficar protelando, esperando que algum irmão de santo se encha da bagunça e vá arrumar por você não tem cabimento. Cada um fazendo um pouco fica mais fácil e rápido

10- Resolveu visitar o pai de santo? Que maravilha! Ele adorará sua visita, ainda mais se você vier com uma modesta colaboração para o ajeum, pois como é do conhecimento de todos, o pai de santo não é rico e nem tem obrigação de alimentar todo mundo. Madre Teresa de Calcutá já morreu, e definitivamente, ela não vira na cabeça do pai de santo.

11- Ao chegar ao barracão, o procedimento correto é: Ir direto para a cozinha beber um copo d’água para esfriar o corpo da rua, sem fazer paradas para bater-papo e colocar a fofoca em dia; Tomar seu banho e ir trocar de roupa; Bater cabeça no axé, na porta do quarto de santo e pro pai de santo; Agora sim, caso não haja nada em que se possa ajudar (muito embora seja impossível, pois em uma casa de santo sempre tem algo a ser feito), você pode ir colocar seu tricô em dia.

12- Você trabalhou feito a escrava Isaura e se cansou? Acabou de fazer todo o serviço? Bem, agora você pode pegar o seu maravilhoso APOTÍ e confortavelmente sentar-se nele. Como dissemos no item 5, cadeiras, sendo com ou sem braço, só ebomis, ekedes, ogãs ou zeladores que podem sentar. Existe uma variável do APOTI¹, que é a famosa ESTEIRA. Nela você pode se sentar, se espichar e até relaxar seus ossos. Ela é sua! Aproveite!

13- E vai rolar a festa! O povo do keto, do jeje, da angola e até da umbanda já mandou convidar. Mas, e o dinheiro para comprar o ajeum e o otí do povo? Com certeza o G Barbosa e nem a Cesta do Povo não irá mandar as coisas de graça para o barracão, nem a Feira de São Joaquim tão pouco irá dar os bichos e todo o material restante. Portanto, que tal se todos coçassem o bolso um pouco e ajudassem?

14- Você acha que só por este local ser uma casa de santo, a Embasa e nem a Coelba irão fornecer água e luz de graça? É claro que não. Portanto, contribua sempre com a sua módica mensalidade. Economizar um pouco na Skol e no cigarro no final de semana já irá ajudar muito no barracão

15- Ficou cansado depois da festa? Nada de ir pegando sua bolsa e ir saindo de fininho. Lembre-se da limpeza do barracão.

16- Roda de candomblé, seja em sua casa ou na casa do alheio, não é lugar de ficar de cochicho e risinhos irônicos. Se você quer fuxicar, vá para um botequim.

17- Anágoas encardidas, só se for depois da festa do candomblé. Antes, NUNCA, JAMAIS, NEM PENSAR! Devem ser brancas como a neve,.

18- Você, irmãozinho, que vê o mundo cor de rosa-choque com bolinhas amarelas, deve deixar esta sua visão progressiva e moderna do lado de fora do barracão. Ali dentro você tem que ver tudo branco. O mesmo vale para as coleguinhas que vêem tudo azulzinho. Casa de orixá é para louvar e cuidar do Orixá, e não para arrumar casório.

19- Vai rolar um churrasquinho de gato na casa do seu coleguinha no meio da semana, no mesmo dia de função do barracão? Então, peça para ele guardar um pedaço de carne para você e venha cumprir suas obrigações junto a seus irmãos.

20- Se sua irmã de santo tem uma baiana mais humilde do que a sua, nada de ficar xoxando. Lembre-se, o mundo dá voltas e o feitiço pode virar contra o feiticeiro. Amanhã pode ser você com uma baiana de chita e ela com uma belíssima saia de rechilieu.


21- Caso assista fora do seu barracão a algo diferente do que ocorre em sua casa, nada de ficar xoxando e chamando de marmoteiro. Você não é o dono da verdade e nem ninguém o é. O que pode parecer maluquice pra você, pode não ser pro próximo. Além do mais, comentários sempre são feitos depois. Vai que tem alguém conhecido escutando?

22- Ninguém tem mais ou menos santo que ninguém. Isso é regra. Sempre.

23- Respeito é bom e conserva os dentes. Portanto, deve-se pensar duas vezes antes de envolver o pai de santo e irmãos mais velhos em determinadas brincadeiras de mau-gosto. Apelidos e avacalhações são da porta do barracão pra fora. Além do mais, a próxima vítima pode ser você.

24- Roupa de barracão é saia comprida, camisú e pano da costa. Shortinhos e top’s devem ser usados somente pra ir ao pagode.


25- Bença foi feita para ser trocada. Sempre que você pede a bença, você está na realidade pedindo a bênção ao Orixá da pessoa, e não à ela própria. Portanto, todos devem trocar a bença, mais velhos com mais novos e vice-versa.

APOT͹: A casa constantemente precisa de apotís. Nos grandes supermercados vendem higiênicos banquinhos de plástico. Coopere com a casa e leve o seu.

Esse Texto foi adequado do Blog Rede Brasileira de Umbada, para realidade do Candomblé Ketu de Salvador, mais se todos fizerem essas regrinhas, a vida dentro da casa do candomblé será muito mais positiva.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Como foi o nosso Primeiro Giro de Caboclo -19/04

No último domingo foi realizado o nosso primeiro giro de Caboclo, mesmo com toda chuva que caia na cidade de Salvador a maioria dos filhos do Ilê Axé Alarabede não tiveram receio e foram para a casa de candomblé realizar mais esse evento. Foi muito bom estamos unidos mais uma vez, pois com a participãção dos Caboclos Flecha Verde, Jiquiriça, Boiadeiro, Jitaúna e Capangueiro caboclos guias dos filhos da casa, foi realizado mais um belo giro dos caboclos. Ainda contamos com a presença ilustre dos caboclos visitantes Sultão das Matas e Martim Pescador. Os filhos da casa cantavam com muita alegria e emoção fazendo de uma tarde chuvosa em Salvador super calorenta de emoção e amor em nossa casa, quem não se estremecia em ouvir o Ogan Alan cantando para os caboclo os chamandos a participarem da festa do fundo da sua alma, juntamente com os Ogans Romilson, Adailton , Adriano , Caio e Alex. Também a emoção de nossa Yá Kekere Lucia de Oya entoando cantigas para chamarem os seus filhos. Foi muito lindo, contamos com a sua presença no dia 17 de maio de 2009, para o nosso próximo Giro, Engenho Velho da Federeação, Rua Apolinário Santana 2ª Travessa às 16:00 horas.

Comunidade Axé Alarabede e lista de seus participantes e respectivos aniversarios.



Iniciados

Babalorixá Valdemar de Ogum 29/01
Yá Kekere Lúcia de Oyá 13/12
Babá Kekere Sinésio de Omolú 02/07
Ogãn Geraldo de Xango 24/09
Ekede Ivete de Oxum 27/02
Yá Clarice de Ogum
Yá Oscarlinda de Ogum
Ebome Jay de Oxumaré 25/01
Ebome Lidia de Oyá 16/10
Ogãn Rafael de Omolú 24/10
Nilza Dofona de Logum 12/01
Jailton Dofonitinho de Xangô 08/07
Maria du Carmo Famo de Oxalá 27/02
Altamira Dofona de Oyá 07/09 ou 19/04
Meire Dofonitinha de Xangô
Ekede Iraci de Oxossi
Ogãn Lino de Oxalá 23/09
Ogãn Romilson de Ogum 26/08
Ekede Carmelita de Yemanjá
Gerson Dofono de Omolu 08/01
Herminia Dofonitinha de Oyá 22/10
Ogan Alan de Airá 28/01
Ekede Virginia de Yemanjá 08/02
Ogãn Adriano de Omolu 05/05
Ogãn Jorge de Xango 18/02

Ainda não Iniciados

Ogãn Adailton 07/06
Ogãn Alex 08/10
Ekede Cristiane 01/11
Ogãn Caio 13/01
Natanel 25/12
Glaedson 09/09
Jaçana 05/12
Daniela 02/01
Daiane 18/12

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O ogãn na Nação Ketu




Alagbê - O chefe dos tocadores de atabaques, os instrumentos de percussão, dominante do atabaque Rum, que através dele o Orixá fará sua dança e com isso comandando os atabaques Rumpi e Lê.

Ogan gibonã - Zelador da casa de exu, outro ogan de suma importância, pois seus conhecimento ajudam na firmeza da casa.

Ogan Apontado - Pessoa apontada como possível candidato a Ogan. Equivalente ao Ogan suspenso.

Ogan Suspenso - Pessoa escolhida por um Orixá para ser um Ogan, é chamado suspenso, por ter passado pela cerimônia onde é colocado em uma cadeira e suspenso pelos Ogans da casa, significando que futuramente será confirmado e passará por todas obrigação para ser um Ogan.

Há também outros Ogans como Gaipé, Runsó, Gaitó, Arrow, Arrontodé.

Pai Geraldo na foto esquerda e meus pais ogans tocadores a direta.

Significado do Cargo Ogãn



Ogan é o nome genérico para diversas funções masculinas dentro de uma casa de Candomblé. É o sacerdote escolhido pelo orixá para estar lúcido durante todos os trabalhos. Ele não entra em transe, mas mesmo assim não deixa de ter a intuição espiritual.

Os atabaques do candomblé só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) que é o responsável pelo Rum (o atabaque maior), e pelos ogans nos atabaques menores sob o seu comando, é o Alagbê que começa o toque e é através do seu desempenho no Rum que o Orixá vai executar sua coreografia, de caça, de guerra, sempre acompanhando o floreio do Rum. O Rum é que comanda o Rumpi e o Lê.

Os atabaques são chamados de Ilú na nação Ketu, e Ngoma na nação Angola, mas todas as nações adotaram esses nomes Rum, Rumpi e Le para os atabaques, apesar de ser denominação Jeje.

Nas fotos acima em sua esquerda temos os Ogans Pai Alan, Pai Caio , Glaedson e Meu Pai Adriano e em sua direita Pai Romilson e meu Pai Adailton são alguns Ogãns do nosso Ilê Axé, faltando ai as fotos dos nossos Pai Geraldo, Rafael, Lino, Jorge e Alex também ogans desse terreiro.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Simples Significado do Candomblé de Caboclo




Candomblé de Caboclo é todo o candomblé que além do culto aos Orixás, cultua espíritos ameríndios chamados caboclos.

Caboclo - No Candomblé é o dono da terra. Na sua maioria são espíritos de índios. Os caboclos de maior popularidade são: Tupinambá, Tupiniquim, Sete flechas, Pena Branca, Sultão das Matas, Sete Serras, Serra Negra, Pedra Preta, Erú, Rompe Mato, Raio do Sol, Rompe Nuvem e outros. Na Bahia os Candomblés são em maioria caboclos, são um misto de Keto e Angola.Porém, não podemos de deixa de lado o espirito do sertanejo nordestino respresentado no Candomblé na figura do Caboclo Boiadeiro e dos marinheiros portugues na figura do Caboclo Marujo.

O Candomblé de Caboclo pode-se dizer assim, é uma manifestação própria de Salvador e municípios vizinhos, na Bahia, o candomblé de Caboclo é uma espécie de candomblé nacionalizado, que toma por base a ortodoxia do candomblé jeje-nagô.

Trata-se portanto de um exemplo nítido do sincretismo religioso popular no Brasil.
Registam-se nele influências indígenas e mestiças, resumindo-se os hinos especiais de cada encantado ou caboclo, cantados em português, a uma declaração dos seus poderes sobrenaturais.

Existem ainda os “Candomblés de Caboclo”, típicos dos cultos trazidos pelos negros de Angola. Nessas cerimónias, as filhas e os filhos de santo incorporam não apenas os orixás, mas também os espíritos de “caboclos”, que seriam entidades de luz da corrente indígena.

Além dos caboclos, incorporam-se nestes candomblés os espíritos que se denominam Exú (masculino) e Pombagira (feminino), mas não é o mesmo Exú Orixá do Candomblé, são bem diferentes, são Exú de Umbanda.

É sempre bom lembrar que Exú catiço ou Exú de Umbanda (como é chamado o Exú não Orixá), Pombagira e afins nunca foram do Candomblé tradicional. O que existe são zeladores que tiveram passagem pela Umbanda e depois se iniciaram no Candomblé, trazendo consigo algumas entidades da Umbanda, mas isto não as torna do Candomblé, elas (entidades) simplesmente estão em casas de Candomblé ou Candomblé de Caboclo, mas são em realidade Guias da Umbanda.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Giro de Caboclo

O Terreiro Ilê Axé Alarabedê tem o prazer de convidar a todos, para mais um giro de caboclo que será realizado no dia 19 de abril as 15:30, sob o comando da nossa Yá Kekere Lúcia de Oya.